25 de outubro de 2007

Uma hora!

Como eu atravesso São Paulo de carro praticamente todos os dias - da Zona Sul (Interlagos) até o Centro (Sé) - eu vejo acontecerem as mais variadas coisas... principalmente no trânsito.

Acontece de tudo! Mas o que me chama atenção é que se em um desses dias não passa pelo menos uma âmbulância por nós, ou eu vejo ou passo por um acidente... não é um dia normal!
Ou seja, é um dia normal quando se tem um acidente.

Terça-Feira foi um dia normal, só que eu não esperava participar dessa estatística.

Era 23h00. Voltando do cursinho com minha mãe dirigindo e uma amiga dela no carro. Tava chuviscando e a pista estava meio molhada.

O trânsito de São Paulo é famoso pelo seu caos. É impressionante como as pessoas agem aleatóriamente e sem pensar nos outros quando dirigem por aqui! É um fechando o outro, é gente sem noção costurando no meio dos carros a mais 100km/h em uma via onde o limite é 60km/h... Centenas de motoqueiros passando pelos corredores com a maior razão do mundo... Motoristas de ônibus malucos! Enfim! Caos mesmo! Não é a toa que ocorrem tantos acidentes!

E então, eis que na noite de terça-feira com o trânsito nem tão complicado assim... mas com pouca iluminação e pista molhada, alguém lá na frente freia bruscamente por alguma razão!
Uns 5 ou 6 carros tiveram que fazer o mesmo, inclusive o meu - que minha mãe dirigia.
Todos conseguiram parar a tempo... menos uma moça atrás do carro que vinha atrás de nós.

Acho que ela nem viu nada. Devia estar distraída.
Bateu a uns 50km/h na traseira do carro atrás de nós, que bateu no nosso.

Minha reação foi sair do carro instantaneamente por que tinha percebido com o solavanco que senti, que alguém tinha se machucado ali atrás. Saí, vi o cara do carro de trás saindo normalmente, e então vi a moça sair do seu carro, com a frente toda destruída, toda torta e cambaleando com a mão no peito...

O impacto foi tão forte que o cinto a sufocou e provavelmente a machucou internamente. Ela estava em choque e não conseguia andar e falar. Tremia muito.
Chamamos o resgate e depois de UMA HORA... ele não apareceu.

UMA HORA. E eles não vieram!

Tivemos que levá-la para um hospital por nós mesmos. Ela ficou bem depois de medicada e depois que o susto passou. Fomos embora perto de 1h30 da manhã depois que os familiares dela começaram a chegar e nos agradecer por tudo.

O que me indigna, é que se fosse mais grave... se tivesse sido um acidente mais violento, ela teria morrido ali mesmo.

Eu tirei fotos dos carros com o celular.. mas não tenho o cabo Usb dele. ¬¬
Eu odeio São Paulo.

4 de outubro de 2007

A semana que achei que ia morrer.

Quinta-feira retrasada.

Vou pro cursinho de ônibus. Cerca de uma meia hora de viagem atravessando o caótico trânsito da caótica capital paulista, uma mulher com uma cesta de doces entra e começa a fazer seu trabalho, vendendo-os.

Eu sou uma pessoa estranha, eu acho.
Às vezes eu tenho dó dessa gente que vende coisas em semáforo, ônibus. Eu penso que se ela está ali, é porque não tem outra alternativa a não ser fazer isso. Naquela hora da noite, naquela situação, tendo que se submeter à isso... enfim! Eu tenho dó deles.

Comprei um chocolate branco de marca desconhecida.

Cheguei no cursinho, comprei uma coca-cola em lata e comecei a degustar dos dois.
Mais ou menos duas horas depois eu já comecei a sentir dores.
Fui embora umas 22h45 com minha mãe e já no carro eu falava pra ela que não estava bem.

Chego em casa, e as dores pioram de uma maneira absurda. Não era caganeira. Era dor no intestino e estômago. Achei que era só má digestão na hora.
Mas só consegui dormir por volta de 4h da manhã. Com dores.

Nos 3 dias seguintes a dor continuava. Intensa.
Já vinha na minha cabeça Apendicite. Mas descartei... não tinha nada a ver.
Logo, comecei a pensar em infecção... pelo maldito chocolate.
Pensei em ir a um Pronto Socorro. Mas não fui.

As dores duraram uma semana e um dia. Pra não preocupar ninguém, depois do 4º dia eu disse que já estava melhor. Mas não estava.
Eu realmente achei que fosse morrer. Eu tava muito mal.
Cheguei a sentir dores perto do coração. Mas não sei se tinha a ver. Provavelmente era psicológico, isso acontece.

Por fim, aprendi a nunca mais comprar nada na rua, dessa forma.
Não vale a pena.
Eu quase morri por ter dó de alguém. Já pensou?
Que injustiça. Que injustiça.