À prefeitura de Santos,
Gostaria de expressar minha opinião a respeito da não eficiência de nossa guarda municipal, e demonstrar o nível de carisma, bom senso e razão que elas possuem que, claro, é praticamente nenhum.
Tiro essa conclusão depois de passar por uma desagradável experiência envolvendo duas oficiais na praias de Santos, na altura da rua Conselheiro Nébias. O fato envolveu as regras sobre a prática de esportes ao longo da orla que é proibida após as 9 horas da manhã, o que já um tanto estranho. Estranho por se tratar de uma área pública. Mas esse não é o motivo dessa reclamação,
o real motivo é o fato de que as oficiais, no momento em que contestávamos educadamente o fato de estarmos sendo impedidos de praticarmos qualquer tipo de esporte, não reconhecerem que perto dali, à vinte metros de distâcia, haviam duas pessoas jogando futebol em uma área demarcada de 10 metros de comprimeto, com direito à gols feitos com chinelos; mais ao longe, perto da água, era claramente possível ver quatro pessoas praticando tamboréu também em uma área demarcada de pelo menos 15 metros de comprimento, dividida com uma rede de 5 metros de largura, no local passavam pessoas que caminhavam e tinham que desviar do “campo”. Afinal, porque os outros podiam praticar esportes e nós não?
Nós, um grupo de cinco pessoas (que não trajavam roupas de banho), estávamos formando uma roda com um raio de dois metros, em uma área da praia onde não havia ninguém trafegando, quando fomos abordados pelas oficiais.
Não foi possível estabelecer um diálogo, já que ela nos tratava com uma incrível ignorância e sarcasmo a ponto de dizer que os outros grupos de pessoas que praticavam esportes não estavam jogando nada, “À meu ver, eles não estão jogando nada”, dizia enquanto nos obrigava a nos retirarmos do local. Quando finalmente decidimos ir embora, víamos de longe as duas caçoarem de nós, rindo e gargalhando.
E é assim que tratarão os turistas nessa época de temporada.
Que fique claro que essa não é uma reclamação sobre as normas e regras (que não estão expostas em nenhum lugar visível ao longo da praia) e sim de entender os motivos dessa desigualdade de proibição estranha, e a quem essa regra se aplica, já que o diálogo foi marcado pela frase “você é estudante? Então deveria voltar à escola”. Isso deve significar que estudantes não deveriam frequentar as praias, e estão proibidos de exercer qualquer tipo de atividade? Significa que qualquer outra pessoa pode demarcar áreas relativamente grandes, que atrapalham o caminhar de pessoas, sem temer ser expulsos do local? Aliás, qual a punição para “desobedecer” essas regras?
Gostaria de ser respondido, caso contrário, caso não haja uma explicação razoável para o porquê de nós não podermos jogar nada, e as outras pessoas ao redor poderem, sendo que as oficiais não reconheciam que estavam jogando; tenho planos para voltar ao mesmo local nos próximos dias, e caso aconteça tudo de novo, devo ignorar e continuar a prática já que não há uma razão, ordem ou muito menos um controle severo sobre isso.
Sinceramente,
Um cidadão santista, estudante.
26 de dezembro de 2007
E-mail que mandei para a Prefeitura de Santos.
Relatado por Marcio às 12:59 PM 4 comentários