Hoje eu ia escrever sobre as ciclovias de Santos, depois de passar por apuros na da praia indo pro Aristóteles.
Mas então aconteceu algo mais intenso.
Bom, como eu já disse... meu trajeto diário é: Casa-Escritório; Escritório-Aristóteles; Aristóteles-Casa da Rachel; Casa da Rachel-Minha Casa.
Sempre em algum desses trajetos algo diferente acontece.
E geralmente são sempre nos mesmos lugares.
E dessa vez não foi diferente.
Estava eu voltando de mais um dia comum. Voltando da casa da Rachel, indo pra fazer minha rotina-de-antes-de-dormir que hoje em dia incluem:
- Chegar em casa;
- Ligar pra Rachel pra dizer que cheguei vivo (isso é muito importante)
- Tomar banho;
- Ligar o monitor do pc e checar emails e possíveis recados;
- Ir até a cozinha e pegar algo pra comer;
- Voltar pro computador e entrar na minha lista de sites diários: Terra, site da Formula 1, Orkut, Chongas, JB, Sedentario; e as webcomics: Oots, Erfworld, PhdComics, Goblins, Looking for Group. (Todos os dias esses sites são checados pelo menos 3 vezes por dia).
- Jogar Temple of Elemental Evil (ainda não fechei isso).
- Dormir.
Certo. Voltando ao assunto principal.
Estava eu voltando de mais um dia comum. Andava com a Eorlingas na Pedro Lessa em direção ao Canal 4, dali uns 400 metros estava o vale-da-sombra-da-morte-onde-não-temerei-mal-algum. Um carro de polícia passa por mim em altissima velocidade.
A essa hora da noite, por volta de 23h30, a Pedro Lessa é silenciosa e deserta... diferente de durante o dia. É meio perturbador andar por ali... então você tem sempre que ficar alerta olhando para todos os lados caso venha alguém para te dar um tiro. Quando surge um carro de polícia, eu fico mais tranquilo e passo a acompanha-los num modo meio stalker. Também faço isso as vezes quando tem mais alguem andando de bicicleta por ali, na mesma direção que eu... pra não ficar sozinho. O ruim é quando a pessoa acha que EU vou assaltá-la e acaba aumentando o ritmo. hehe.
Bem, o carro passa em alta velocidade em direção ao canal 4. Ok. Nada de mais até então.
Passo, então, por uma esquina onde vejo uma movimentação diferente: há várias pessoas na rua, descendo de seus apartamentos apontando para a próxima esquina. Nessa esquina há mais pessoas e eu paro um pouco pra ouvir. Ouço: ".)não, ele bateu aqui nessa árvore e saiu em disparada pra lá!" - Ok. não tinha mais nada pra ver ali, então segui caminho pensando em como aquele cara era louco de sair apenas de samba-canção na rua naquela hora da noite.
Estou a 100 metros do vale-da-sombra-da-morte-onde-não-temerei-mal-algum. Ouço tiros.
É a primeira vez que eu ouço tiros de verdade de uma distancia tão curta. E eu não me assustei nem um pouco. Continuei meu trajeto como se nada tivesse acontecido.
Passo o canal 4, reparo que há várias viaturas se aproximando e entro na rua sombria. Há um carro comum parado mais adiante e duas viaturas param ao seu lado. Um cara sai de dentro do carro dizendo "eles foram pra lá! É um cara de camisa branca e um de azul!" - E eles foram atrás dos meliantes.
Eu fiquei parado ali do lado, onde já se aproximavam outros curiosos.
No ar, o cheiro de pólvora. O carro da vítima (supus que era a vítima, talvez de tentativa de sequestro, sei la!), amassado... provavelmente foi o carro que o cara de samba-canção disse que bateu na árvore na Pedro Lessa e saiu em disparada.
Bom. Fiquei exatos 23 segundos no local até perceber que não ia mais ter nada divertido pra ver e fui embora pra casa. :)
Sempre acontece algo.
Não percam o próximo episódio com o post sobre as ciclovias super-seguras de Santos e os lindos e pequeninos animais que te acompanham felizes ao longo da ciclovia da praia.
26 de março de 2009
Pólvora no Vale
Relatado por Marcio às 2:39 PM
Um comentário:
Pô cara,
Teu blog está demais! Continue postando sempre com esse bom humor e estilo impar! Tá muito bom!
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